Kentucky: aos doze anos, quando em 1984 jogávamos o Campeonato
Europeu de Futebol em França com “Os Patrícios”, eu experimentava-os nas
traseiras do pavilhão desportivo da Escola Preparatória D. António da Costa.
Provisórios:
aos catorze anos, em 1986, enquanto “Os Infantes” faziam greve no Campeonato
Mundial de Futebol no México, eu fumava-os nas traseiras do pavilhão desportivo
da Escola Técnica Emídio Navarro.
Definitivos: aos dezasseis anos, em 1988, chorávamos o Campeonato Europeu de Futebol na Alemanha Federal com “Os Ausentes” e eu esfumaçava-os no muro da frente do campo de jogos da Escola Secundária Anselmo de Andrade.
Sempre à minha frente, os outros, os mais populares do ciclo, gozavam-me muito porque eu fumava tabaco de velho.
Em 2002, enquanto “Os Tugas” iam às putas no Campeonato Mundial
de Futebol no Japão e na Coreia do Sul, dois dos meus alunos de nove anos fumavam
escondidos nas traseiras do campo de jogos da escola básica da Quinta da
Courela.
Em 2006, enquanto jogávamos o Campeonato Europeu de Futebol com
“Os Conquistadores” numa Alemanha sem muros, via os dois extremos da minha
equipa, a Juventude do Feijó, cada um com 30 anos, fumando uma cigarrada durante
o intervalo de um jogo, escondidos nas traseiras do balneário do pelado Silva Nunes do Clube Desportivo Cova da Piedade.
Em 2016, enquanto “Os Aurélios” venciam
o Campeonato Europeu de Futebol em França, eu mantinha uns provisórios cigarros
de enrolar no bolso direito da camisa e dois definitivos cancros às costas, um
em cada pulmão.
E uma miragem… a planeada viagem ao Kentucky.
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