Cronista Sem Abrigo
"Onde se abrigam as crónicas sem abrigo."
Tinha havido um horrível atentado no Paquistão, levando à morte de dezenas de pessoas. A meio da conversa, o tema foi introduzido e o rapaz de 20 anos soltou uma exclamação. “Fogo, essa gente está sempre nisso, não sabem fazer outra coisa? É impressionante!”.
Fiquei a olhar para ele e tentei explicar racionalmente (com um ar provavelmente irritante): São países que vivem na miséria económica e política, que passam boa parte do tempo em guerra, ou em guerras… Mas a maioria dessas populações, se as deixarem, farão a sua vida normal quotidiana, trabalhão, irão à escola, nascerão, viverão, amarão, percorrerão uma existência normal, se isso lhes for permitido.
Fiquei a olhar para ele e tentei explicar racionalmente (com um ar provavelmente irritante): São países que vivem na miséria económica e política, que passam boa parte do tempo em guerra, ou em guerras… Mas a maioria dessas populações, se as deixarem, farão a sua vida normal quotidiana, trabalhão, irão à escola, nascerão, viverão, amarão, percorrerão uma existência normal, se isso lhes for permitido.
Fiquei a pensar em alguém que me disse que basta ir a Varanasi, na Índia, para perceber que a vida não vale nada. Que uma existência humana vale menos que a de uma vaca… Que não somos nada.
Há um livro biográfico, que relata uma história verdadeira e se chama Três Chávenas de Chá. É sobre um norte-americano, que, de estudante a alpinista, de montanheiro a aventureiro, acaba por dar consigo a construir uma escola no Paquistão, nos anos 1990. E depois outra, e mais outra. Cinquenta e cinco. Especialmente dirigidas para as meninas, as raparigas…
No mesmo país que viu nascer e prosperar os talibãs e a Al-Qaeda, que odeiam a liberdade, subjugam, dominam e espezinham as mulheres. Quando Greg Mortenson, autor e protagonista da história e do livro, se decidiu a construir a primeira escola, não tinha um tostão. Tinha que viajar para o Paquistão, comprar material, contratar uma equipa e pôr de pé uma escola. Era uma, mas acabaram por ser 55. E dar origem a uma das mais importantes obras humanitárias das últimas décadas.
Não me lembrei de contar isto ao rapaz de 20 anos com quem conversava sobre o Paquistão. Mas posso garantir com toda a certeza que com este livro todos nós temos imenso a aprender. Acaba com um homem daquela região do Mundo a dizer a Greg qualquer coisa como: “Estás a ver aquelas montanhas de pedra? Vamos transformar aquelas montanhas em escolas”.
in, http://cronistasemabrigo.com/index.php/2016/06/04/vamos-transformar-aquelas-montanhas-em-escolas/
Há um livro biográfico, que relata uma história verdadeira e se chama Três Chávenas de Chá. É sobre um norte-americano, que, de estudante a alpinista, de montanheiro a aventureiro, acaba por dar consigo a construir uma escola no Paquistão, nos anos 1990. E depois outra, e mais outra. Cinquenta e cinco. Especialmente dirigidas para as meninas, as raparigas…
No mesmo país que viu nascer e prosperar os talibãs e a Al-Qaeda, que odeiam a liberdade, subjugam, dominam e espezinham as mulheres. Quando Greg Mortenson, autor e protagonista da história e do livro, se decidiu a construir a primeira escola, não tinha um tostão. Tinha que viajar para o Paquistão, comprar material, contratar uma equipa e pôr de pé uma escola. Era uma, mas acabaram por ser 55. E dar origem a uma das mais importantes obras humanitárias das últimas décadas.
Não me lembrei de contar isto ao rapaz de 20 anos com quem conversava sobre o Paquistão. Mas posso garantir com toda a certeza que com este livro todos nós temos imenso a aprender. Acaba com um homem daquela região do Mundo a dizer a Greg qualquer coisa como: “Estás a ver aquelas montanhas de pedra? Vamos transformar aquelas montanhas em escolas”.
in, http://cronistasemabrigo.com/index.php/2016/06/04/vamos-transformar-aquelas-montanhas-em-escolas/
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