Cronista Sem Abrigo
"Onde se abrigam as crónicas sem abrigo."
A noite encontra-me do outro lado do rio, num espectáculo de Manuel João Vieira. O artista canta o testículo; as prostitutas; uma adaptação de uma melodia agora dedicada a Ricardo Quaresma, explicando que não se trata de racismo nem de xenofobia, mas exactamente do contrário… Acerca da canção sobre a pedofilia com a avó, é menos detalhado nas explicações prévias.
Comigo está o homem dos livros, o meu grande amigo que descobre as obras mais preciosas, raras e perdidas, e faz com que cheguem a minha casa.
Desta vez, conseguiu encontrar um volume com a parte que me faltava d’A Ressureição”, do aclamado Leo Tolstoi, que já se encontra nas minhas mãos.
A expectativa é grande. No dia seguinte vai à Feira da Ladra, em busca de mais relíquias sem preço, pelo que a minha casa lhe parece um bom ponto de paragem. Como irá reagir a minha Amélinha, aliás, “Gáata!”, que nunca viu este meu querido amigo?!
Algumas cervejas depois, entramos em casa, já de madrugada. Pela primeira vez desde que faz parte do meu mundo, a Gáta não foge nem se esconde perante alguém com quem nunca se cruzou. Anda por ali, à nossa volta, sem medo do meu intelectual companheiro.
Fumamos e deitamo-nos. Na manhã seguinte, ouço um leve ruído, mas não o vejo. Após sucessivas buscas, encontro o meu livresco camarada fechado na sala, a tomar o pequeno-almoço. O Jeremias, o meu ronronante gato-cão, não dava descanso à caixa dos cereais e ao pacote de leite, de maneira que ele teve que se refugiar e enclausurar ali, para poder engolir a primeira refeição do dia.
Passado pouco tempo, o homem dos livros, que hoje não tem que dar assistência aos seus alunos, já que é sábado, vai à sua vida, em busca de preciosidades de papel amarelo e roído pelas décadas. Antes de sair, a habitualmente esquiva e fugidia Gáta ainda o deixa fazer-lhe umas festas…
Comigo está o homem dos livros, o meu grande amigo que descobre as obras mais preciosas, raras e perdidas, e faz com que cheguem a minha casa.
Desta vez, conseguiu encontrar um volume com a parte que me faltava d’A Ressureição”, do aclamado Leo Tolstoi, que já se encontra nas minhas mãos.
A expectativa é grande. No dia seguinte vai à Feira da Ladra, em busca de mais relíquias sem preço, pelo que a minha casa lhe parece um bom ponto de paragem. Como irá reagir a minha Amélinha, aliás, “Gáata!”, que nunca viu este meu querido amigo?!
Algumas cervejas depois, entramos em casa, já de madrugada. Pela primeira vez desde que faz parte do meu mundo, a Gáta não foge nem se esconde perante alguém com quem nunca se cruzou. Anda por ali, à nossa volta, sem medo do meu intelectual companheiro.
Fumamos e deitamo-nos. Na manhã seguinte, ouço um leve ruído, mas não o vejo. Após sucessivas buscas, encontro o meu livresco camarada fechado na sala, a tomar o pequeno-almoço. O Jeremias, o meu ronronante gato-cão, não dava descanso à caixa dos cereais e ao pacote de leite, de maneira que ele teve que se refugiar e enclausurar ali, para poder engolir a primeira refeição do dia.
Passado pouco tempo, o homem dos livros, que hoje não tem que dar assistência aos seus alunos, já que é sábado, vai à sua vida, em busca de preciosidades de papel amarelo e roído pelas décadas. Antes de sair, a habitualmente esquiva e fugidia Gáta ainda o deixa fazer-lhe umas festas…